Apesar do atraso, a Unidade de Saúde Familiar Senhora da Lapa, em Aborim, Barcelos, foi ontem inaugurada por José Sócrates e a ministra da Saúde. A nova extensão de saúde substitui as de Durrães e Gandara do Neiva. As USF de Barcelinhos e Viatodos estão quase prontas.

Depois de Alcaides Faria e Santo António, foi finalmente inaugurada a Unidade de Saúde Familiar (USF) Senhora da Lapa. Uma extensão de saúde há muito esperada, quatro anos, e que sofreu um significativo atraso após o arranque das obras.

“Houve um atraso de seis meses na execução desta obra. Era para ser inaugurada no final do ano passado, mas não foi possível. Já está em funcionamento desde o dia 5”, refere o director executivo do agrupamento de saúde Barcelos/Esposende.

No entanto, Manuel Vilas Boas garante que os atrasos não se vão repetir na USF de Macieira de Rates, que servirá também a população de Pedra Furada. “O edifício está a ser construído de raiz, mas no final de ano vai estar pronta de certeza absoluta”, garante o responsável pelo agrupamento de saúde de Barcelos/Esposende, que anuncia também que a Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Martim já tem terreno para a sua localização e projecto.

“Após garantia de financiamento, aquela unidade vai juntar os utentes de Martim e Lama numa só estrutura, que poderá vir a ser uma USF caso os responsáveis assim entendam”, destaca Manuel Vilas Boas, ao mesmo tempo que anuncia o arranque dessa obra para o início de 2011.

Apesar da “revolução” em termos da USF no concelho de Barcelos, onde está previsto também a junção de Alijó/Alheira/Alvito numa unidade e a de Vila Cova transformada em USF, há actualmente 19 mil utentes sem médico de família. “Foi aumentado o rácio para a formação de médicos de medicina geral familiar para 25% das vagas. Esperamos, num espaço de quatro ou cinco anos, resolver esse problema”, acredita Manuel Vilas Boas.

Durante os discursos, o primeiro-ministro desejou “boa sorte” a todos os profissionais de saúde que vão trabalhar na USF de Aborim, apelando ao mesmo tempo à confiança nessas unidades. Confiança essa que não é partilhada por todos, nomeadamente pela oposição social-democrata, a quem José Sócrates deixou alguns recados.

“Queremos manter bem vivo o Serviço Nacional de Saúde e este não vai recuar e muito menos ser privatizado”, explicou José Sócrates, sem nunca referir o destinatário das suas críticas, que surgem depois de o PSD ter proposto, no âmbito de um projecto de revisão constitucional, que se acabasse com o SNS “tendencialmente gratuito”. O primeiro-ministro considerou a ideia “errada”.

Texto da autoria de Nuno Cerqueira
In Jornal de Notícias
28.07.2010